Porque procura o amor fora de si?





Não seremos nós suficientes?

Parece-me ser algo recorrente a nossa extrema necessidade de constantemente querer agradar os outros nos dias de hoje.

Cada vez gostamos menos de nós e procuramos mais aceitação ou validação externa que nos faça sentir suficientes. Nada fazemos porque queremos, porque gostamos, mas sim após pensar 10 vezes no que os outros pensarão de nós, quais as necessidades do outro. Pomo-nos sob enorme pressão. 


Deixamos de agir por nós mesmos, deixamos de viver a nossa vida para passarmos a ser apenas um jogador na vida de um outro alguém.

Precisamos sempre de estar numa relação amorosa com alguém que cuide de nós. Precisamos que os nossos colegas pensem que a nossa vida pessoal é perfeita. Precisamos que a nossa família sinta que fazemos tudo por eles. A auto-negação parece ser o caminho para a felicidade. Mas é apenas o caminho para o abismo. É o caminho para o vazio.

Esta necessidade constante de validação externa leva a um outro problema: a cobrança. Fazemos tudo pelos outros para que gostem de nós, para que achem em nós o que não conseguimos encontrar, e quando as expectativas que tínhamos são destruídas surge o “És um ingrato. Fiz tudo por ti e não me dás valor”. Mas não será a voz do coração a falar com a própria pessoa quando ela o diz a outros?

A nossa incapacidade de gostarmos de nós mesmos, de nos ouvirmos, de nos cuidarmos... Essa incapacidade é tão grande, tão extrema, que não suportamos estar sem o telemóvel, sem o computador, a televisão... Seja o que for... Algum ruído que abafe o ruído do nosso coração em sofrimento, que nos diz o que não queremos ouvir, o que temos de enfrentar e achamos não ter força.

Todas estas nossas acções escondem um outro problema muito importante. O medo de ficar sozinho. Agarramo-nos a todos, não podemos deixá-los livres. Se forem livres podem deixar-nos (mal sabemos que mais cedo foge algo que está preso), quando na verdade quem está acorrentado somos nós.

Está na altura de termos auto-estima, de gostarmos de nós. Só assim os outros gostarão da nossa companhia e quererão partilhar as suas vidas connosco. E temos sempre algo de que gostar.

A nossa voz deve ser ouvida no mundo. Não devemos sujeitar-nos a qualquer coisa em troca de amor. O amor não é uma troca. É algo que se dá sem se esperar nada em troca. Inclusivé o amor-próprio. Ele deve ser uma realidade em si mesmo, não deve existir por um fim.

Mas se a nossa voz se deve fazer ouvir, sejamos nós os primeiros a dar-lhe ouvidos.

Estejamos atentos às nossas qualidades, para que nos valorizemos ainda antes dos outros nos valorizarem. Nem que tenhamos de fazer uma lista de qualidades nossas. Nem que tenhamos de fazer uma lista de contrariedades que conseguimos ultrapassar no passado. Isso fará com que talvez tomemos atenção ao nosso real valor.

Tomemos a vida nas nossas mãos, sem esperar nada em troca das nossas acções. Sendo emocionalmente auto-suficientes.


Muito Amor,



Diana Pereira

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