Estarei a sabotar-me?

Aparecem-me em consultório muitas pessoas que sentem que nada na sua vida evolui. Como se os acontecimentos tivessem ficado parados no tempo, sem andarem para a frente. Muitas vezes me perguntam se isto se deve a influências externas que estejam a deixar tudo num “limbo” falando de “mau-olhado”, “invejas”, “trabalhos”, outras se justificam dizendo que não evoluem na carreira ou em termos económicos por causa da crise.

A verdade é que na grande maioria das vezes este “não-anda-nem-desanda” se deve a nós mesmos.

O primeiro passo é termos consciência do que temos feito até aqui e das consequências que isso teve na nossa situação actual. Para isso é preciso que tomemos responsabilidade pelas nossas acções, e não uma desculpabilização pondo toda a responsabilidade nos outros que não nos deixam alcançar o que tanto merecemos.

Há imensos pensamentos e falsas crenças instaladas nos recantos mais escuros da nossa mente que fazem com que não consigamos sair do mesmo lugar. É essencialmente aí que temos de actuar, limpando todos esses pensamentos desnecessários e nocivos.
As mais comuns são:
  • Eu não consigo fazer isso.
A verdade é que mesmo que seja capaz, ao dizer que não consegue já nem vai tentar. E é mais que óbvio – se não tentar, não consegue de certeza. Esta crença limitadora está muito relacionada com a falta de auto-estima. O não achar-se capaz vem de uma crença de não ser útil, de não ser merecedor de vitória, no extremo. Se afirmar que será capaz, sentirá motivação, será determinado e porá em prática tudo o que conseguir para realizar o seu desejo. 

Henry Ford disse: “Se você acha que pode, ou você acha que não pode, você está certo”.

  • Eu dou sempre cabo de tudo.
Esta é talvez a maior mentira que contamos para nós mesmos quando nos sentimos revoltados com o mundo. Porque uma coisa ou outra nos correu menos bem e não estamos a conseguir lidar com a situação, resolvemos logo culpar-nos sem uma análise do problema em si. Podemos ter sido nós a causar o problema, mas o que vai resolver dizendo que um “falhado”? Todos somos falhados na vida. Uns num campo, outros noutro, mas nunca somos excelentes a tudo. É necessário que avalie o que podia ter feito de outra maneira, e aja para não voltar a cometer esse erro. Quais as acções que repetidamente põe em prática e que trazem sempre efeitos negativos, diferentes dos que quer? Veja no seu erro uma aprendizagem, não uma oportunidade de vitimização.
  • Nada acontece como eu quero.
Este pensamento deve ser abandonado imediatamente. Ele leva à pena de si mesmo que, por conseguinte, leva à não procura de soluções. É normal que de início se sinta em baixo com o(s) acontecimento(s), mas é temporário. A vida é feita de equilíbrios, por isso, é normal que do lado contrário ao sucesso e à felicidade, tenhamos a dor, o sofrimento, a derrota, o fracasso. Estes devem ser aceites, encarados de frente e ser vistos como lições e mesmo uma motivação extra para rumar ao sucesso. Em vez de se focar nos acontecimentos negativos do passado, pense no que de positivo quer atrair para a sua realidade e trabalhe nesse sentido.
  • Os sonhos são uma fantasia.
Quem normalmente não acredita que devemos ter sonhos na nossa vida, são normalmente pessoas que sofreram no passado quando tentaram seguir os seus sonhos. Esta frase acaba por ser uma defesa que construíram para não terem de sofrer novamente. O facto de não terem conseguido levou a uma desmotivação e sentimento de fracasso que levou à desistência e a pensamentos negativos sobre algo tão positivo. Os sonhos são a nossa maior bússola na vida, são o que nos indica o caminho a seguir. São as coisas que mais nos deixam realizados e felizes. Como podemos desistir de algo que nos faz sentir assim?
  • Tenho de fazê-lo passar mal pelo que me fez passar.
Esta crença é duplamente destrutiva já que pode levar a que prejudiquemos o outro. Muitas vezes as pessoas que nos rodeiam fazem coisas que nos magoam ou que nos prejudicam, e sentimo-nos tão revoltados e lesados que tudo o que queremos é repor a justiça do que nos foi feito. Este sentimento não leva à resolução do problema, leva a que percamos o foco no que queremos nas nossas vidas, levam a gasto desnecessário de energia, a uma permanente concentração no que é mais negativo, nomeadamente a raiva, a mágoa e o sentimento de querer vingança (mascarado de querer justiça). Isto pode levar a uma bola de neve, atraindo ainda mais problemas para a sua vida e levando a que esteja constantemente focado no outro, e não em si, onde realmente deveria estar focado. Tente perceber que estes sentimentos em nada vão ajudar a resolver o que foi feito. Aceite e siga em frente.

O segredo principal está em procurar acções repetidas, frases feitas que usualmente utilizamos para desculpar a nossa não-acção e todos os sentimentos negativos que confortavelmente continuamos a nutrir por medo de fazer diferente.

Se limpar todo este material tóxico da sua mente e da sua vida, tudo vai passar a fluir.

Muito Amor,

Diana Pereira

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