Problemas Sexuais e Afastamento da Nossa Essência


Cada vez mais vejo homens e mulheres queixarem-se de problemas relacionados com a sua sexualidade e com a sua saúde, especialmente no que se relaciona com o seu sistema reprodutor. Isto é algo que pessoalmente me preocupa por várias razões.

Como estudante de Naturopatia continua a chocar-me a falta de sensibilidade e disponibilidade que temos para nos ouvirmos e ouvirmos o nosso corpo.

Deixamos os problemas de saúde continuarem, arrastarem-se e arrastamo-nos com eles durante anos, décadas...

Preocupa-me também por ter sofrido deste tipo de problemas durante anos, até há bem pouco tempo.

E é tudo tão fácil quando tomamos consciência de nós mesmos e nos conhecemos melhor.

A sociedade é uma confusão, tudo é rápido, é passageiro e nós somos um reflexo do mundo que nos rodeia. Deixamo-nos para depois, não sabemos estabelecer prioridades deixando que os outros as estabeleçam por nós, mas somos nós quem paga a factura destas escolhas (ou não-escolhas).
 

Andamos sempre numa correria, achamos que o que quer que seja que temos vai passar e não tomamos conta da nossa saúde (física e mental) como devíamos.


Isto é um problema muito mais grave do que a maior parte de nós julga ser. Talvez o seja pelo facto de sabermos que também nós vivemos assim, deste modo tão desumanizado, e por medo ou insegurança da mudança preferimos desculpar-nos e dizermos que não podemos mudar, que as coisas são assim... Mas no fundo sabemos que isto é um problema e que devíamos de fazer algo para mudar a nossa realidade.

Porque estou eu a falar disto? Porque este nosso modo de vida desligado daquilo que realmente somos que acaba por nos levar a muitos dos problemas de que nos queixamos e teimamos em dizer que não sabemos como apareceram.

Já perdi a conta à quantidade de mulheres que vejo queixarem-se do modo como têm a sua vida. Sentem-se perdidas, frustradas, inseguras e mesmo assustadas. Não falo só de adolescentes ou jovens adultas, falo de mulheres com os seus 50/60 anos que simplesmente não sabem que rumo dar à sua vida. Sentem-se descontentes, vazias, até mesmo deprimidas, e dizem não saber qual o problema.

O nosso modo de vida actual levou-nos a perdermos a nossa ligação ao que realmente importa. Há quanto tempo não nos permitimos fazer as actividades de que realmente gostamos? Muitos de vós vão dizer que não se lembram da última vez em que tiveram tempo para o fazer. É este o problema!
Há muito tempo que perdemos a relação que devíamos ter com nós mesmos, com o mundo, com os outros.

Passámos a ver o mundo como números.

É comum vermos problemas femininos como a menopausa precoce, a dismenorreia (menstruação irregular) ou mesmo a amenorreia (ausência de menstruação) serem vistos de um modo leviano, como se fosse apenas necessário tomar uns comprimidos que tudo passa. É claro como a água que é o corpo a querer dar-nos uma mensagem. O real problema aqui é se estamos preparadas para ouvi-lo e fazer o que tem de ser feito.

Os problemas do sistema reprodutor estão muito ligados à sobrevivência, aos medos e a sermos nós mesmos afirmando-nos perante os outros e fazendo aquilo que nos dá prazer. Não falo só do prazer sexual, falo de tudo o que nos faça sentir bem com nós mesmos e com o mundo que nos rodeia, uma vez que os chakras responsáveis por estes órgãos são o Chakra da Base e o Chakra Sexual.

Nós somos humanos e queremos a todo o custo evoluir e evoluir, mas não paramos para nos questionar para onde isso nos leva. Podemos querer viver em grandes cidades, ter um computador com acesso à internet a que acedemos regularmente, um carro topo de gama... Mas não será tempo de pensarmos que tudo deve ser harmonioso nas nossas vidas? O preço que estamos a pagar pode ser caro demais. Podemos ter tudo isso mas pôr outras coisas no outro prato da balança para equilibrar tudo.

Porque será que a cada dia nos sentimos mais “irrealizados” e perdidos mesmo vivendo o estilo de vida que escolhemos?

Tendemos cada vez mais a esquecer-nos que somos animais e que precisamos da nossa conexão à Terra. Cada dia nos afastamos mais e mais dela, ficamos cada vez mais doentes, mais deprimidos... Que evolução é esta?

Os homens afastam-se da sua essência e estão cada vez mais desgastados por uma imagem actual do que é ser-se homem. Imagem essa que, para além de errada, é inatingível. Como pode a maioria dos homens da nossa sociedade não estar insatisfeito quando aquilo que se lhes é pedido é impossível?



Quanto às mulheres acontece o mesmo. No nosso país existe ainda muito a imagem da mulher submissa que tem de ser a sombra do seu marido e fazer tudo o que este lhe manda sem questionar. Tomar conta dos filhos, da casa, da sua carreira... Esta imagem começa a ajustar-se mas a verdade é que vejo cada vez mais o contrário disto, talvez para que a harmonia se possa instalar de vez. Vejo senhoras de 60 e 70 anos a tratarem os maridos como criados ou crianças mal comportadas que estão a ouvir ralhetes de 10 em 10 minutos por tudo o que fazem e não fazem. Para mim é o reverso do que viveram durante todas as suas vidas, mas igualmente triste de se ver.

Cada vez mais as mulheres tentam ser independentes tentando despegar-se de tudo para não sofrer. Também não se sentem realizadas porque não sabem sequer o que as faria realizadas. Por um lado têm a imagem que a sociedade mais antiga do nosso país as ensinou, por outro têm os seus próprios desejos e medos, e por fim têm ainda um desejo de rebelião e independência que nem sabem se é seu ou se é da sociedade. 

No meu caso pessoal, estive vários anos presa a medos e inseguranças. Vários anos de toma de antidepressivos e calmantes logo após a menarca (a primeira menstruação) por problemas que tinham vindo muito antes dela. A minha menstruação sempre foi irregular, o que é normal acontecer até um ano depois da menarca, mas eu continuei irregular durante os anos seguintes.

Tinha dores horríveis em que chegava a ter de ficar em casa de cama, lívida, com vários problemas gastrointestinais. Várias vezes estive quase a desmaiar com a intensidade das cólicas. Aos 14 anos comecei a tomar a pílula por causa desse problema. Em vez de tratar dos problemas que trazia em mim e que estavam a provocar tudo aquilo, foi-me aconselhado tomar um comprimido “milagroso” que atiraria tudo aquilo que o meu corpo me estava a tentar dizer para debaixo do tapete.

É sempre mais fácil lidarmos com as coisas “esquecendo-as” quando elas estão longe da nossa vista.

Assim o fiz durante 5 anos. Durante todo esse tempo estive a silenciar-me. Ao fim de todo esse tempo o meu corpo começou a mostrar os efeitos da toma de hormonas sintéticas e eu sabia que era a altura de deixar de tomar aqueles comprimidos. Não vos digo que tenha sido fácil. Se estão a pensar que falo das dores, dos enjoos, das mudanças de humor, não estou a falar de nada disso.

Estou a falar da dificuldade em não ter medo de que tudo isso voltasse a acontecer. Eu fui a minha maior barreira a ultrapassar. Por medo, comecei a tomar medicação natural para regular a minha produção de hormonas uns meses antes de deixar de tomar a pílula. Quando me senti confortável deixei então de a tomar. Não sou nada a favor de que se deixe de tomar medicação sem consultar um médico primeiro, mas a verdade é que os meus médicos nunca me ajudariam nesta minha decisão.

Faz agora um ano que dei este passo e não estou arrependida. Tem sido uma viagem penosa mas da qual não me arrependo. As dores que voltaram já estão a passar, as mudanças de humor são cada vez mais leves, o apetite mais controlado e a menstruação é agora vista como uma dádiva e não como um tormento. Este percurso fez-me perceber qual foi o meu problema e que é tão fácil de resolver. Ouvir-me! Cada um de nós tem queixas, medos e ansiedades que nos falam de nós mesmos. Há que fazer um trabalho interior empenhado, e que não é complicado. Não tem de ser forçado de modo nenhum. Pelo contrário, isso só agravaria. Estas coisas levam o seu tempo e devem surgir naturalmente. Um dia sentimos que tem de ser, que tem de ser feita uma mudança, e aí mudamos.



Cada um de nós é diferente e por isso não vou deixar aqui detalhes sobre o que pode ou não ser feito, mas estou disponível para vos guiar no vosso próprio caminho.

Saibam que cada um de nós tem um caminho diferente a seguir e não se sintam assustados com isso.

Aceitem e oiçam-se.                   

Isso é o mais importante.

Muito Amor,
Diana Pereira

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