Medo


Há quem diga que o stress é o maior problema da sociedade ocidental actualmente, mas eu não concordo. Ninguém me demove da ideia de que o medo é realmente o maior problema, que acaba, claro, por levar ao stress.

O medo é o que nos paralisa, o que não nos deixa avançar. Metemos na cabeça que não somos capazes, que vamos falhar, que todos se vão rir de nós e por isso nem tentamos. Não conseguimos pegar nas rédeas das nossas próprias vidas. Preferimos que sejam os outros ou as circunstâncias a decidir por nós só para não sentirmos o peso da responsabilidade da acção que tomámos. Por medo! Deixamos que outros vivam as nossas vidas por nós. Por vezes ainda nos queixamos quando o resultado não é o que queríamos e chegamos mesmo ao ponto de culpar outros.

O medo é o que nos faz criticar e atacar o que não conhecemos. Rejeitamos logo à partida sem conhecer só porque nos sentimos ameaçados por coisíssima nenhuma. É completamente irracional. Na grande maioria das vezes não há nada a temer e quando, depois de atacarmos, conhecemos melhor a situação, pessoa, ou seja o que for, sentimo-nos parvos.

"Como pude eu estar tão cego? Fiz uma tempestade num copo de água e afinal não era nada do que eu acreditava ser."

O medo é o que nos impede de sermos melhores. "Mas não sei ser de outra maneira!" Metemo-nos numa concha onde achamos estar confortáveis, mas onde não aguentamos por muito tempo até começarmos a sentir as dores da alma reprimida. Temos medo de mudar a nossa maneira errada de agir perante o mundo e os outros por medo de ser quem realmente somos. Temos medo de ser frios demais, amorosos demais, distantes demais, faladores demais, de nos darmos demais... Nada é demais quando é genuíno. Mais vale dar uma boa gargalhada e sair para a rua feliz do que tentando colar todos os pequenos pedaços que constantemente caem da máscara que tenta manter. Porque todos nós fazemos isso em determinados pontos da nossa vida. Mas não podemos manter isso se nos queremos manter completos, sãos, livres.

É ainda o medo que nos coloca em ciclos intermináveis de doenças com causas psicológicas, de vícios como o tabaco, drogas, álcool ou comida... Agarramos doenças ou vícios como se fizessem parte de nós, como se fossem parte integrante da pessoa que somos. Não conseguimos sentir-nos completos e colocamos estes remendos a colar todos os pedaços que vão caindo ao longo do caminho mais ou menos tortuoso que levamos na via. Às vezes já não distinguimos o que é a bebida ou somos nós. O que é a depressão e o que sou eu? O que é esta minha dor nas costas e o que sou eu? Porque eu já não sei viver de outra maneira.

Se não tiver a bebida, a depressão ou a dor, sou quem afinal?

Claro que todas estas situações nos causam stress. O medo de não ser capaz, de não ser aceite, de não ser reconhecido, de ficar só ou mesmo medo de se relacionar com os outros.

Acredito que a morte é contrária à vida, penso que todos concordam. E o contrário de morrer é nascer. Mas eu considero que o contrário de viver é ter medo, pois só este pode paralisar algo que é dinâmico, enérgico sempre em crescimento.

Sigamos então a vida com menos medo e mais alegria de viver. Agarremos o que amamos, amemo-nos também e sigamos a vida conscientes do que somos e do que queremos. Sem medo!

Muito Amor,

Diana Pereira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Porque procura o amor fora de si?

Magia